Após a realização da cirurgia de transplante de rim, inicia-se o período de recuperação imediata do transplante renal. Os cuidados médicos vão durar por toda a vida do transplantado. Exames clínicos, laboratoriais e de imagens são feitos de acordo com a necessidade do caso. Ao receber alta, o paciente recebe orientações importantes quanto ao acompanhamento ambulatorial, cuidados específicos, medicação, exames laboratoriais, retorno e etc. Para o sucesso do transplante, é necessário que todas as orientações sejam rigorosamente cumpridas e, pensando nisso, a ABCG-Santa Casa criou o “Caderno de Orientações e Registros do Transplante Renal”.
No caderno, o transplantado têm todas as informações para evitar problemas futuros. Nele o paciente obterá orientações gerais de como medir e anotar diariamente os sinais vitais, o peso e glicemia capilar. Fazer um diário do líquido ingerido e urina eliminada, evitar locais fechados com aglomerações, restringir nos primeiros três meses as vistas de parentes e amigos, evitar esforços físicos abdominais, como por exemplo, levantar-se e deitar-se na cama bruscamente, entre outros.
Ferida operatória e repouso, vacinação, evitar uso de fumo e álcool e atividade profissional estão entre as orientações gerais. O caderno alerta o transplantado sobre os sinais diante dos quais o paciente deve entrar em contato imediato com o médico. O paciente deve dirigir-se ao hospital se houver intercorrência na ferida operatória, infecção urinária, infecção pulmonares/pneumonia, hipertensão, diabetes, entre outros.
Orientação Nutricional
A nutricionista, Ísis Nara de Oliveira, é responsável pelas orientações nutricionais dos pacientes transplantados na Santa Casa. Após o transplante de rim, é necessário seguir uma dieta especial. O tempo da dieta varia de pessoa para pessoa e será determinada e acompanhada pela nutricionista.
As dicas de alimentação que constam no caderno são: comer de cinco a seis vezes por dia, não ficar mais de três horas em jejum, evitar excesso de sódio na alimentação, evitar o consumo frequente de açúcar e doces em geral, evitar alimentos gordurosos e de forma alguma o paciente deve consumir a fruta Carambola.
Apoio Psicológico
Todo paciente com doença crônica pode se sentir com medo ou ter falta de coragem quando pensa em seu futuro, podendo até deprimir-se. É importante observar sinais comportamentais que demonstram modificações emocionais como alteração no sono e apetite, evitar banhos e até deixar de se arrumar com o cuidado que tinha. Esses sentimentos de medo, ansiedade e tristeza são normais no início, mas se tornam prejudiciais se persistirem por um longo período de tempo. A psicóloga, Cristiele Pedrozo Rodrigues, é responsável por dar o apoio psicológico aos pacientes transplantados.
Medicações
O farmacêutico, Jefferson Rodrigo da Silva, é responsável pela medicação do paciente. No caderno constam algumas dicas ao paciente para que a medicação seja tomada corretamente e faça o efeito desejado.
Esquema de Consultas
Para esclarecer as dúvidas do paciente quanto ao retorno médico, o caderno traz um esquema de consultas, descrevendo aos transplantados quantas vezes no mês ele deve comparecer ao hospital. No primeiro mês, são duas consultas por semana, no segundo mês, uma consulta por semana, no terceiro mês, uma consulta a cada 15 dias, do 4º ao 6º mês, uma consulta por mês e a partir do 9º mês, uma consulta a cada dois meses.
Além disso, o paciente tem espaço para anotar seu peso, pressão, temperatura, glicemia, batimento cardíaco, líquidos ingeridos e diurese do dia para, no retorno, o médico ficar ciente das condições clínicas do transplantado.
Para ajudar na organização das medicações, o transplantado conta com um espaço no caderno onde pode anotar as medicações solicitadas e até os remédios que foram suspensos. No diário de anotações, o paciente deixa o médico ciente de eventuais episódios de vômito, mal-estar, mudança de cor da urina, diarreia, alteração emocional, atividade física com cansaço, alteração da ferida operatória, entre outros.