A Santa Casa de Campo Grande está na lista das quatro unidades hospitalares de Mato Grosso do Sul a serem contempladas com o projeto “Todos pela Saúde”, uma iniciativa do Itaú Unibanco que reúne especialistas de diversos setores da saúde para colaborar no combate ao novo coronavírus, em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS).

Nessa quarta-feira (6), a diretora-secretária do hospital, Alir Terra Lima, e representantes do Comitê Interno de Enfrentamento à COVID-19 estiveram reunidos com dois consultores do projeto: o médico fundador e atual presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar (SOBRAMH), Dr. André Wajner, e o engenheiro Gustavo Gonçalves, especialista em processos hospitalares.

O projeto “Todos pela Saúde” foi criado para ajudar a estruturar os hospitais que atendem pacientes do SUS para minimizar os impactos da doença no país e está baseado em quatro pilares de atuação: informar, proteger, cuidar e retomar. A Santa Casa foi indicada pela Secretaria Estadual de Saúde para participar do projeto por ser o hospital de retaguarda desse enfrentamento ao novo coronavírus em Mato Grosso do Sul.

Durante a reunião, o superintendente da Gestão Médico-hospitalar, Dr. Luiz Alberto Kanamura, explicou que, para absorver os outros pacientes SUS da média e alta complexidade que passaram a ser encaminhados para a Santa Casa, a instituição já enfrenta dificuldades em repor os estoques, principalmente de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) básicos, como luvas e máscaras cirúrgicas.

Antes da pandemia, a instituição conseguia provisionar o estoque para três meses de uso, mas, atualmente, a demanda por EPI’s aumentou muito diante da mudança nos protocolos de biossegurança, por causa do risco da COVID-19, mesmo sem atender casos da doença de forma referenciada. Os custos com materiais e equipamentos estão mais elevados e os recursos financeiros permanecem em patamares inferiores à atual demanda.

O consultor Dr. André Wajner relatou o trabalho do grupo de especialistas do projeto na gestão de compra e distribuição de equipamentos e materiais hospitalares, kits de testes de detecção do coronavírus, instalação de hospitais de campanha e novos leitos de UTI, entre outras iniciativas. Diversos hospitais, em estados que enfrentam um alto índice de contaminação da doença, têm recebido esse apoio que, em Mato Grosso do Sul, chega num momento estratégico para reduzir os impactos do coronavírus.

Todas as unidades hospitalares que participam do projeto devem encaminhar diariamente indicadores para a tomada de decisões do grupo gestor. Os dados fornecidos e as decisões do grupo são compartilhados com as secretarias estaduais de saúde, o que garante ao setor público visibilidade das aprovações em cada uma das etapas do projeto, que são baseadas na progressão da doença conforme as necessidades das instituições hospitalares, e intensificadas em momentos de vulnerabilidade de casos da COVID-19.

A diretora-secretária destacou que a Santa Casa de Campo Grande não terá dificuldades para reunir todos os indicadores necessários porque esse controle já é feito no hospital com a mais alta tecnologia em geração de dados. “A Santa Casa tem tudo controlado e monitorado 24 horas por dia, desde o momento da entrada de cada paciente até o tempo da internação em dias, horas e minutos e o aviso de alta hospitalar, incluindo controle de estoque e uso de medicamentos e outros materiais. O nosso hospital é organizado e já tem essa estrutura, o que facilita e torna mais eficaz todo esse trabalho de gestão”, afirmou Alir Terra Lima. Após a reunião os consultores visitaram as instalações do hospital, conheceram a sala de controle de indicadores e Unidade de Trauma que poderá ser isolada para o enfrentamento à COVID-19.

O projeto também envia equipes técnicas para trabalhar ao lado dos secretários de saúde, no Centro de Operações de Emergência (COE). Outra etapa é a testagem das equipes nos hospitais. “Uma das prioridades é testar todos os profissionais da saúde, de forma maciça, para evitar maior contaminação e perda de equipes. Essa é uma das grandes preocupações já que, se precisarmos abrir mais leitos de UTI, mais equipes especializadas serão necessárias”, concluiu Dr. Wajner.

Por ASCOM Santa Casa de Campo Grande - 7/5/2020