Duas cirurgias em hiperplasia prostática benigna foram realizadas neste sábado (2) no Centro Cirúrgico da Santa Casa de Campo Grande para apresentação de uma nova técnica a raio laser aos médicos urologistas que operam no hospital. O urologista responsável pela apresentação da técnica foi o Dr. Alcides Marcone Neto, de Poços de Caldas, Minas Gerais, que veio a convite de um colega campo-grandense apresentar o novo sistema.
Na nova técnica toda ação é realizada pelo canal da uretra e sem cortes, evitando sangramentos e diminuindo riscos e tempo de internação. O novo sistema retira o tecido que obstrui a uretra por vaporização a laser e não por incisões (cortes) como nas técnicas convencionais, assim a probabilidade de sangramento nos vasos atingidos é reduzida a níveis ínfimos.
A ação do laser sobre o tecido é explicada pelo responsável pela apresentação. “Para entender o efeito do laser na retirada do tecido, é preciso lembrar que cerca de 70% da composição dele é de água, certo? Quando a alta temperatura do raio laser atinge este ponto do tecido, esta água se transforma em vapor, liberando, também, a parte sólida do mesmo com sua desintegração”, explicou. E prosseguiu, “tenho que ressaltar que esta ação é realizada gradativamente, em quantidades mínimas, para que não se atinja o tecido que deverá permanecer no paciente”, completou.
Um paciente que tiver a uretra desobstruída com o novo sistema recebe alta médica sem sonda no dia seguinte ao da cirurgia, enquanto que nas técnicas convencionais é necessária uma permanência de três a cinco dias no hospital e com sonda uretral.
O sistema a raios laser está devidamente homologado para ser realizado no Brasil, todavia o Sistema Único de Saúde (SUS) não dá cobertura para a utilização da técnica, o que restringe sua aplicação aos casos particulares. O aparelho utilizado na vaporização a laser tem um custo elevado para aquisição, todavia a empresa responsável por sua distribuição atua também em sistemas de comodato com venda do material descartável utilizado, o que pode viabilizar a utilização sem o investimento de compra que atinge a cifra de R$ 1 milhão.
Com a apresentação da técnica, a ABCG – Santa Casa passa a negociar com a empresa fornecedora para que um aparelho possa ficar “hospedado” no Centro Cirúrgico do hospital à disposição para realização das cirurgias que demandarem o sistema.
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