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Batalha vencida: Yago supera todas as adversidades e vai para casa

Cotidiano

Batalha vencida: Yago supera todas as adversidades e vai para casa

Após uma longa caminhada de luta pela vida, o guerreiro Yago poderá conhecer o mundo fora das quatro paredes de uma unidade hospitalar. Publicado em 21/11/2017

Aos sete meses e vinte e um dias de vida e de internação entre a UTI Neonatal e a Unidade Intermediária, local em que permaneceu por mais de dois meses após receber alta da Unidade de Terapia Intensiva, Yago, o bebê que resistiu até a 28ª semana de gestação no ventre da mãe diagnosticada com morte encefálica, recebeu alta hospitalar na manhã desta terça-feira (21). Após uma longa caminhada de luta pela vida, o guerreiro Yago poderá conhecer o mundo fora das quatro paredes de uma unidade hospitalar, sua casa, seus primos, tios e toda família que está à sua espera.

 

Ao lado do neto desde que nasceu, a avó, Adriana de Souza, não cansa de falar que Yago é um milagre na sua vida, pois Deus sabia que ela não conseguiria viver sem sua filha, Renata Souza Sodré. “Ele é meu milagre e minha força. Deus sabia que viver sem a Renata seria extremamente difícil para mim e que, talvez, eu nem conseguiria superar essa dor e me deu o Yago”, fala emocionada.

 

Com Yago dia e noite, Adriana conta que aguardava ansiosa por esse dia e poder levar o neto para casa junto dos primos. “O que eu mais queria e pedia para Deus era que esse dia da alta do Yago chegasse logo. Não vejo a hora da gente chegar em casa e reunir toda a família com meus outros netos. Será bom para ele e completará minha felicidade”.

 

Desde a gestação, o pai, Eduardo Noronha, sempre foi presente na vida do Yago e acompanhou de perto cada etapa de sua evolução e das dificuldades enfrentadas pelo pequeno guerreiro. Emocionado, Eduardo fala que não via a hora de poder levar o filho para casa. “Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Estou no hospital há quase 10 meses e nunca perdi a fé de que esse dia chegaria. Só tenho a agradecer todos os profissionais que cuidaram do meu filho com todo carinho e amor. Ele é minha força. Agora vou poder ver ele crescer em casa junto com os primos e toda a nossa família”.

 

Ao nascer, o bebê foi para a UTI sob a responsabilidade do neonatologista Dr. Walter Peres. Ele é chefe da Unidade e conduziu o tratamento do bebê até sua alta hospitalar. “Estou muito feliz. Trabalhamos todos esses meses sempre acreditando que este dia chegaria. O Yago teve muitos altos e baixos, mas ele resistiu e conseguiu a tão esperada alta. Agora, queremos ver ele crescendo e tendo uma vida muito feliz. Ele merece”, fala emocionado. Na UTI, Yago também esteve sob a responsabilidade da neonatologista, Dra. Claudia Perez Guimarães. “Hoje a emoção tomou conta. Lutamos junto com ele todos esses meses. Ver ele indo embora é um sentimento de alegria e também de dever cumprido. Todos da equipe se apegou muito a ele. Que o Yago seja muito feliz”, se emociona.

 

A diretoria da ABCG-Santa Casa presenteou a avó com um lindo arranjo de flores e, em nome de todos, o presidente, Dr. Esacheu Nascimento, desejou muita saúde ao Yago e aproveitou a oportunidade para parabenizar a equipe médica. “Nós queremos desejar muita saúde a esse guerreiro chamado Yago. Que ele seja muito feliz e que proporcione a toda família muitas alegrias. Quero parabenizar também toda equipe médica que trabalhou dia e noite para que hoje o Yago pudesse receber alta hospitalar”, parabenizou.

 

Yago é exemplo de resistência para a família e para os médicos. Com 51 cm e 3,410 kg, o menino passou por momentos críticos durante o tratamento, superando infecções e até uma cirurgia cardíaca de risco elevado, tudo antes de completar seu primeiro mês de vida. A cirurgia ocorreu no dia 27 de abril para a correção do canal arterial e foi conduzida pela Dra. Aparecida Afif, cirurgiã cardíaca pediátrica.

 

O caso de Yago é inédito em Mato Grosso do Sul e foi marcado por troca de informações com médicos do Espírito Santo, Paraná e Portugal, onde aconteceram situações similares. Com a morte encefálica da mãe, Renata Souza Sodré, 22 anos, o nascimento do bebê era uma aposta de alto risco.

 

Após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 27 de janeiro, Renata teve a morte cerebral constatada por dois testes clínicos e exame de imagem. Os médicos descobriram que, apesar da mãe ter partido, o feto vivia e estava na 14ª semana. Abatidos pela ocorrência, o pai, Eduardo Noronha, e demais familiares, foram surpreendidos com a necessidade de uma decisão vital naquele momento trágico. Surgia a possibilidade de manutenção do corpo da esposa até uma possível concepção prematura do bebê.

 

Foi assim que Yago teve seu visto no passaporte para a vida revalidado, incumbindo o quadro técnico da Santa Casa da responsabilidade de levar a diante uma gestação em condições raras e complicadas. As batalhas marcam o início da vida do bebê, e ele contou com o apoio da equipe do CTI 7, sendo a responsável por este “milagre”, Dra. Patrícia Berg Leal. Por dois meses a médica esteve presente de segunda a domingo, atuando para que a morte neurológica não se apossasse das demais células de Renata, pois Yago precisa delas para lhe partilhar a vida. Yago veio ao mundo no dia 31 de março com 34 centímetros e 1,05 quilo. “Eu sempre acreditei que daria certo. Sempre acreditei no dia de hoje. Cuidei do Yago na barriga da mãe, vi ele nascer e o primeiro choro dele foi um dos momentos mais emocionantes para mim. Tenho ele como filho. Só tenho a agradecer por todos que continuaram cuidando dele até hoje”.  

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