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Angulômetro em cabeceira previne Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica no CTI

Cotidiano

Angulômetro em cabeceira previne Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica no CTI

Residentes criaram o dispositivo durante o período de permanência na Santa Casa Publicado em 10/11/2022

Acompanhando a rotina assistencial no Centro de Terapia Intensiva (CTI) Neurológico da Santa Casa de Campo Grande que a residente em fisioterapia, Andressa da Silva Brito, percebeu a necessidade de aumentar os cuidados de prevenção da Pneumonia Associada A Ventilação Mecânica (PAVM). E junto com a colega Mayara Xavier Frade Gomes, residente de enfermagem, buscaram uma alternativa que auxiliasse a equipe neste manejo, criando um dispositivo denominado angulômetro de cabeceira, que indica a elevação correta da cabeceira para combater infecções.

As acadêmicas do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde – Atenção ao Paciente Crítico (PREMUS/APC), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), realizaram um período de pesquisa com foco na realidade diária do CTI e desenvolveram este projeto piloto, tendo em vista que as características dos pacientes neurológicos, a rotina do setor, a alta rotatividade dos pacientes, monitorizações incomuns e internação prolongada fazem com que estes apresentam alto risco de adquirir uma infecção hospitalar.

A Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica é uma das infecções mais frequentes em unidades de terapia intensiva, contribuindo fortemente para o aumento da mortalidade hospitalar. E a angulação correta da cabeceira, além de auxiliar na prevenção do desenvolvimento de pneumonias, também impactam diretamente na possibilidade de uma ventilação mecânica (método de substituição da respiração espontânea), com uma possível redução do risco de lesão pulmonar induzida por este auxílio, isso por conta da vantagem mecânica que o posicionamento oferece.

Após identificar essa necessidade, as residentes buscaram o apoio do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e, conforme indicadores dos últimos meses da incidência de PAVM, foi discutido se o instrumento agregaria nos cuidados dentro da unidade. Por ser um projeto piloto de baixo custo e de fácil visualização, eles foram aplicados nos leitos, na lateral direita de cada um, com o propósito de oferecer à equipe um guia que auxiliasse na regulação das cabeceiras dos pacientes durante o período de tratamento.

A supervisora de Enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva Neurológica da Santa Casa, Janaína Sanches, explicou que a medida de prevenção iniciada pelas residentes trouxe um olhar diferente para o cuidado do paciente e desenvolvido de forma lúdica. “A ideia é fantástica. Nossa meta é a redução dos indicadores de PAVM e o dispositivo tem contribuído muito com as estatísticas. O diferencial foi o brilho nos olhos que elas tiveram e o interesse de colaborar nesse processo de cuidado que vai além do que é obrigatório no período de residência. São ações simples e que tem gerado bons resultados. ”, afirmou Janaína.

 

E o material?

O instrumento já é conhecido na China, sendo comercializado em uma medida padrão de 7x10 centímetros e com base nestas medidas e orientações do fabricante que Andressa da Silva Brito e Mayara desenvolveram o seu próprio material que atendesse o máximo da necessidade do setor. Os materiais são confeccionados apenas com um papel de espessura mais grossa (papelão) e um adesivo com identificação das angulações de 30°, 45°, 60° e 90°. “A ideia foi produzir um projeto piloto de baixo custo e que sensibilizasse toda a equipe multiprofissional na angulação e mecânica respiratória. De forma geral, a residência proporcionou uma entrega muito grande e aqui nós pensamos em fazer algo que fosse resolutivo e cumprisse o intuito de ajudar a solucionar problemas. ”, destacou Andressa, residente em Fisioterapia.

Talita Santos de Arruda, supervisora do Serviço Fisioterapia, destacou que o apoio às acadêmicas foi muito importante neste processo de criação do dispositivo e que a ação foi pensada de forma direcionada, o que ajudará muito na redução dos indicadores o CTI. “Elas tiveram todo o interesse de pensar em algo que atendesse a realidade dos pacientes, especialmente aos do Sistema Único de Saúde, que fosse de baixo custo e de fácil higienização. Isso é um retorno muito importante que elas deixaram para a Instituição, um legado, uma marca! E esses últimos três meses de atuação na Santa Casa elas puderam demonstrar o compromisso que tem como profissionais da saúde. ”, finalizou a supervisora.

Através da pesquisa realizada no início do projeto, há três meses, as acadêmicas implantaram no final do ciclo de residência uma ação comprovada cientificamente que há impacto real, seja na prevenção de Pneumonia Associada A Ventilação Mecânica (PAVM), quanto na melhoria da Segurança do Paciente e na qualidade dos serviços prestados na Santa Casa de Campo Grande. Atualmente, muitos são os investimentos em equipamentos e dispositivos hospitalares e ter a oportunidade de usar um recurso de baixo custo, fácil aplicação e com projeção de bons resultados, representa o gerenciamento de situações que contribuem na adequação do serviço e na redução de custos.

 

Por ASCOM Santa Casa de Campo Grande – 10/11/2023

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